16/02/2017

(quase) nu(a). ou: mundo ao contrário.

Imaginem só, um apresentador de televisão, ou um vendedor numa loja - ou os homens em geral num evento social, num baile por exemplo, ou no cinema, imaginem então que esses homens se apresentassem em calções apertadas, com camisas abertas até o umbigo ou shirts justinhas sem mangas, a realçar six-packs eventualmente existentes – ou não.

Impensável, não é? Um homem assim perderia a sua respeitabilidade, a sua dignidade, não é? Ninguém já o levava à sério, não se ligava ao que ele dizia. Mas falava-se sobre o seu aspecto e o seu outfit. Por exemplo: „Ai que gajo tão jeitosinho!“ Ou então: „Viste – essas banhas? Bem – com esta figura era melhor ele vestir-se um pouco mais decente...“. Etc. etc. Tal e qual como se bisbilhota sobre mulheres em minissaias com decotes provocantes.

Impensável, não é? Então porque raios é que para nós mulheres é tão normal apresentar-nos meio nuas? Porque é que nos degradamos a nós próprios a mera decoração? Porque é que uma mulher em topo transparente e supermini ou em vestido de cerimónia que tem tão pouco tecido que é quase inexistente não se sente mal e humilhada ao lado do seu parceiro ou colega em fato e gravata? E ainda por cima leva esta degradação imposta pela indústria de moda (que consiste em maioria de homens!) como grande liberdade que tem de ser defendida?

E porque é que se considera que aquelas mulheres que cobrem os seus corpos - aliás como homens em fato - e que talvez, dando mais um passinho, também o seu cabelo, que protejam desta maneira a sua alma e dignidade, porque é que se considera que precisamente estas mulheres de se deixam oprimir...?

Mundo ao contrário. 

(Isto foi a tradução de um artigo no meu blog de língua alemã. O original está >>AQUI.